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Livros de gravuras de brinquedos folclóricos japoneses (1891-1923)

Atualizado: 17 de jul. de 2023


Post por Lina Saheki


Esquerda: Tsubame , andorinha de celeiro de madeira esculpida, suspensa em um pedaço de bambu verde, feita por ocasião do Shoryo-e (serviço memorial do Príncipe Shotoku) em Tennoji, um templo de Osaka. 12 dessas andorinhas decoram o salão; após a cerimônia, as pessoas competem para levá-los para casa como amuletos para evitar trovões. Direita: geradores de ruído. (Volume 4, pág. 12 de UNAI NO TOMO).


 

INTRODUÇÃO


Com o início da Era Meiji, em 1868, o Japão passou por um período de crescente "modernização" e de valorização de tudo que fosse ocidental.


Como consequência disso, alguns pesquisadores, vendo o artesanato local perder lugar para os brinquedos e objetos industrializados, passaram a retratar em gravuras os brinquedos/amuletos locais que estavam sumindo rapidamente.


Os primeiros livros de gravura com esse objetivo de resgate do tradicional são do final do século XIX e início do século XX. A maior série produzida com esse objetivo foi UNAI NO TOMO. Série em 10 volumes publicados de 1891 a 1923.


Como estamos pesquisando para o curso que iremos dar sobre "ARTESANATO JAPONÊS: objetos de poder e suas histórias locais" - Separamos esses livros de gravura japonesa, já de domínio público, para compartilhar com vocês.


Mais informações. 🌸


• ARTESANATO JAPONÊS: objetos de poder e suas estórias locais

• Quando? 28/04 e 05/05 das 19 às 20h30

• Investimento: 80 reais

• Inscrição pelo site www.centroasia.com.br/eventos-1

• professores Lina Saheki e Rodrigo Wolff Apolloni.


Os professores, eles mesmos artesãos responsáveis pela página @casadojizo, vão selecionar algumas das mais de 200 peças de artesanato de sua coleção para contar um pouco sobre personagens e estórias relacionadas a esses objetos. E, através dela, explorar um pouco das tradições das comunidades locais e lendas de um Japão profundo.


 

UNAI NO TOMO: Catálogo de Brinquedos japoneses


Série em 10 volumes - 1891 a 1923.

"Unai" significa uma criança pequena. Em kanji 髫.

Apresenta brinquedos de todo o Japão com imagens coloridas. Dos 10 volumes, as edições 1 a 6 foram editadas por Seifu Shimizu, e as edições 7 a 10 após a morte de Seifu foram editadas por Nishizawa.


Na Era Meiji, devido à disseminação de brinquedos modernos, os brinquedos populares japoneses foram diminuindo e praticamente desapareceram ao longo dos anos, ao menos como brinquedos de crianças. Em oposição ao fascínio pelo Ocidente que dominava o espírito da época, isso acabou desencadeando nos autores um saudosismo e um desejo de registrar esses objetos que estavam desaparecendo do Japão.


A série completa compreende 10 volumes publicados entre 1891 e 1923; seis deles ilustrados por Shimizu Seifu e quatro pelo artista Nishizawa Tekiho. As cores brilhantes e a simplicidade de muitas das xilogravuras dos brinquedos contribuem para um livro ilustrado extraordinariamente envolvente, de profundo interesse em sua documentação de brinquedos japoneses.


Uma curiosidade é a de que os brinquedos representados em "Unai no tomo" são, quase sem exceção, derivados de amuletos e talismãs enraizados no xintoísmo e no folclore tradicional japonês. Como omiyage - lembranças - eram comumente dados como presentes para crianças por viajantes que retornavam de peregrinações sagradas e seculares. Assim, não há uma linha tênue entre amuletos e brinquedos.


Autores


A coleção foi organizada por Seifu Shimizu, conhecido como Toy Doctor - que era diretor de uma empresa comercial de Tóquio, artista, calígrafo e importante colecionador de omocha ( brinquedos ) da Era Meiji.


Seifu Shimizu foi o fundador do Odomokai (十八番クラブ), um Clube de promoção e apreciação de tomo (“companheiros de brincadeiras” ou “companheiros”) e foi curador da primeira exposição conhecida de brinquedos folclóricos em 1906. Após a morte de Shimizu em 1913, seu amigo Nishizawa Tekiho completou os volumes finais do Unai no tomo.


Nishizawa Tekiho (1889 - 1965)

Foi um artista japonês do estilo Nihonga. Genro e herdeiro adotivo de Nishizawa Senko (1864-1914), escritor e colecionador de bonecas e brinquedos.


Foi responsável pelos últimos volumes de UNAI no TOMO e também pela publicação "Japanese Folktoys" da coleção do Ministério de Turismo.



 

DOWNLOAD


Graças ao Metropolitan Museum of Art, você pode navegar pelos volumes 1, 3, 4, 5, 7, 8 e 10 de Unai no tomo. Além disso, a biblioteca da Universidade de Kiyoto disponibiliza (em PB) os volumes restantes 2,6 e 9.














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